quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A hora tá chegando!!

E com isso, começam a pipocar entrevistas dos caras do Incubus aos jornais daqui.

O Estadão foi o primeiro que encontramos:

Incubus, o híbrido que veio do metal

Brandon Boyd fala da nova fase da banda, que toca no domingo e na segunda com ingressos esgotados no Citibank Hall

Jotabê Medeiros

O grupo norte-americano Incubus surgiu nos anos 90 fortemente influenciado pelo Red Hot Chili Peppers, fazendo aquele tipo de funk metal misturado com hip-hop e rock alternativo. Em 2003, ganharam celebridade por um motivo prosaico: entraram com uma ação judicial na Justiça do Trabalho contra sua gravadora, a Sony Music, tentando romper contrato. Perderam. Agora em seu sexto disco, chegam ao Brasil pela primeira vez com uma legião significativa de fãs, que compraram todos os ingressos (cerca de 6,5 mil) para o show do Citibank Hall no domingo, 14, e segunda, 15.

Brandon Boyd, seu líder e vocalista, é uma daquelas personalidades 'cabeça' do rock, que gosta de pintura, desenho, fotografia, poesia. Boyd falou ao Estado na semana passada, por telefone, de Londres, onde a banda tocava - hospedava-se com o nome da atriz Mia Farrow, ex-senhora Woody Allen.

É a primeira vez que você vem à América do Sul?
É a segunda. Estivemos há dois anos com uma turnê que passou pela Venezuela, Colômbia. Foi muito bem-sucedida, mas não passamos pelo Brasil.

Você acaba de lançar um livro de arte, From the Murks of the Sultry Abyss, com desenhos, pinturas, fotos. Marilyn Manson também esteve aqui com uma mostra de pinturas. A música não é suficiente como forma de expressão para vocês?
Manson é um bom artista. Ele faz aquarelas, vi uma vez uma exposição dele. Nelas, ele consegue contar muito sobre si mesmo. Sempre acho que, na vida, o importante é ter capacidade de se expressar de um jeito criativo. Sou filho de uma pianista e cantora e de um guitarrista. Isso me impulsionou, desde pequeno, a buscar uma existência criativa. Encaro a arte como se fosse um tipo de guarda-chuva, aparando muitas formas de expressão e espalhando-as.

O nome do seu livro é uma referência a Carl Jung, o psicanalista. Você estuda psicologia?
Não, formalmente não. Entendo a psicologia como uma necessidade humana básica, e minha forma de dedicar-me à arte tem a ver com o princípio psicológico de aprender mais sobre meu comportamento. Implica observar a cultura, as pessoas em volta. Gosto de Jung porque ele pôs certas coisas não puramente científicos, mas humanos. Não é uma interpretação robótica, fundada em teorias. E é bastante poético.

Seu novo disco, Light Grenades, usa recursos dos DJs, e também sintetizadores Moog, um Theremin, Mellotron, efeitos. Pode-se dizer que isso representa uma evolução?
Gostaria de dizer isso, mas não posso. É a coisa mais difícil ser objetivo em relação ao seu próprio trabalho, analisar sua obra. A idéia de usar sons vintage só nos pareceu boa porque veio naturalmente, estava na frente dos nossos narizes. Acredito que usar uma mistura de tecnologia avançada e algo da tradição musical é um bom jeito de ir à frente. O que posso dizer é que é o álbum mais conciso que já fizemos.

Vocês têm um monte de baladas, como essa nova, Love Hurts, que têm peso de metal e letra dramática. Poderiam até ser chamados de emocore. O que acha da onda emo?
Acho que é um tipo de música pós-punk, com influência do hardcore. Não sou preconceituoso. Acho fascinante ver como a música se desenvolve como linguagem. O mundo do rock é assim, cheio de subdivisões. Eu não entendo direito o que significa emo, mas sei de onde vem aquela música, não consigo saber qual é sua origem. Há de fato muitos artistas comerciais entre aqueles identificados como emo, mas há outros que fazem bem o que sabem fazer. Transcendem o rótulo. Nós mesmos, quando começamos, fomos rotulados como post-metal, e nunca ficamos contentes com isso. Artista nenhum gosta de ser enquadrado numa categoria.

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