segunda-feira, 28 de maio de 2018

Incubus esta se “divertindo” com a ideia de uma "Make Yourself 20th Anniversary Touring"

Em 2017 o "S.C.I.E.N.C.E" (segundo disco da banda) completou 20 anos, e passou batido qualquer tipo de show, turnê ou edição de comemoração. Mas, pela conversa do Jose no Jon's Untitled Podcast, parece que eles estão mais 'reflexivos' sobre os 20 anos que o "Make Yourself" fará em 2019.

O site ThePRP destacou a parte e traduzimos logo abaixo. Para quem quiser ouvir o podcast inteiro aqui esta o link.

"Bem, o Make Yourself completará 20 anos... acho que foi em 1999. Então sim, serão 20 anos. Incrível! Nós meio que pensamos sobre isso quando o nosso segundo álbum, "S.C.I.E.N.C.E" completou 20 anos "

"Então, temos grandes oportunidades para fazer esse tipo de coisa. E acho que agora estamos mais entretidos do que nunca com isso - nunca pensamos nisso antes. Eu acho que seria ótimo."

"Eu acho que ter um tema em torno de um disco seria ótimo. Obviamente, temos tantas outras músicas, temos uma lista enorme de músicas que as pessoas gostariam de ouvir, que sempre podemos tocar também, mas o tema seria meio que em torno desse álbum."

Talvez no futuro possamos levar isso mais a sério e fazer algo a respeito. Mas é engraçado que você tenha mencionado isso porque começamos a falar sobre isso ultimamente."




quarta-feira, 23 de maio de 2018

O lado mais otimista de Brandon Boyd


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O lado mais otimista de Brandon Boyd

Fomos à exposição do líder do Incubus e conversamos com ele sobre seu trabalho como pintor.



Tive a chance de conhecer há algumas semanas meu artista favorito de todos os tempos, Brandon Boyd, compositor e vocalista da banda californiana de rock alternativo Incubus, que agora passa por uma fase artística que ele manteve escondida por muito tempo: pinturas, que se manifestam como um sinal de amor e gratidão para com a vida.

Sou fã do Incubus desde o lançamento do ‘Morning View’, em 2001. Cresci com sua música desde que estava no colegial. Havia muita influência gringa na minha cidade natal Chihuahua (México), porque no rádio havia um boom de rock alternativo e rock and roll. Incubus, Audioslave, Red Hot Chili Peppers, Creed, Staind e Lifehouse, era o que se ouvia.

Quando eu tinha 14 anos, viajei para o Alasca durante um verão e, em um shopping bem rústico comprei o ‘Morning View’. Eu lembro que enquanto minha tia diria uma van velha, ouvíamos o disco no meio daquela imensa paisagem. Foi como fazer um tour pelo estilo de vida hippie, acompanhada pela música californiana do Incubus no meio das montanhas, do mar e da floresta. Foi um momento nômade que mudou meus planos.

Quando vi essa nova fase do Brandon, suas primeiras exposições foram na Califórnia, pensei "queria estar lá". Durante todos esses anos, minha maior aspiração em relação a ele era apenas conhecê-lo e entrevistá-lo porque, embora eu tenha tido a sorte de estar na primeira fila em seus shows, poder ver sua arte de perto é outra coisa.

Alguns dias atrás, apareceu uma sugestão de eventos nas minhas redes sociais, onde anunciavam que Brandon Boyd estaria no dia 12 de maio na abertura de sua exposição 'Optimystic' na galeria Sammuel Lynne em Dallas, Texas.



Imediatamente enviei um e-mail solicitando uma entrevista, me apresentei como jornalista do México, e eles retornaram em questão de uma hora. Eu teria um encontro com Brandon Boyd naquele sábado às 13h30 da tarde, antes da abertura de sua exposição.

Ainda não era a quinzena, então pedi dinheiro antecipado e imediatamente comprei as passagens da Greyhound que me levaria até lá. Viajei numa noite de sexta-feira e conheci Meeche, um afro-americano de Los Angeles que estava a caminho de Dellaware para visitar um amigo. Nossa insônia foi conveniente porque ficamos falando sobre armadilhas e como a Califórnia é maravilhosa. Em todas as paradas em que o motorista passou, fumamos Newport mentolado.

Quando cheguei ao meu destino, fui direto para um banheiro público. Tomei banho e me arrumei o máximo que pude, cheguei ao museu e fui gentilmente recebida pelo artista J.D. Miller, o dono da galeria. Com o coração acelerado, vi que no fundo da sala estava Brandon, tranquilamente conversando com sua empresária Jen DiSisto.

Admito que em algum momento da viagem achei que poderia ficar desapontada quando o conhecesse, mas acabou sendo o contrário. Boyd é o oposto de um ‘divo’: é engraçado, humilde e simples. Eu conversei com ele por mais de meia hora e ele assinou seu livro com um "Gracias, Norma". Sim, ele escreveu o agradecimento em espanhol e me disse que sua comida preferida são tacos.

'Optimystic', é um jogo de palavras para fazer um lembrete sobre como a maioria das coisas é uma questão de percepção, e que a maneira como percebemos o mundo é um reflexo de nós mesmos. Daí a necessidade de introduzir um pouco de esperança e magia em nossas idéias. Um otimismo misturado com algo mais profundo.



Suas telas de tinta, aquarela e acrílico, trabalhadas em papel e retratos focados em figuras abstratas, mostram musas, silhuetas femininas e olhares profundos. Sua arte cria uma sensação mística, e seu trabalho pictórico parece inspirado pelo surrealismo e pela psicanálise, com linhas meticulosas e ao mesmo tempo caóticas.

Boyd não descarta a possibilidade de um dia mostrar sua arte visual no México, um país que ele diz amar pelo seu povo, por sua comida e por suas raízes em Chihuahua.

"Eu deveria ir para a Sierra (Tarahumara) em algum momento, meus bisavós maternos eram de Chihuahua, mas eles se mudaram para El Paso, Texas e finalmente para San Diego, onde minha mãe nasceu", diz ele com orgulho.

Ele também me disse que o talento foi herdado de sua mãe, que pintava e cantava quando ele era criança, e de seu pai, que nos anos 70 costumava ser modelo de calças da loja JcPenney, em comerciais de televisão. "Às vezes pinto o que ouço e vice-versa", diz ele.

"Eu fiz esse projeto como uma forma de expressão, porque com o passar do tempo aprendi a observar como me sinto. Isso me faz sentir esperançoso, muito otimista sobre como as coisas estão indo, porque nós experimentamos o mundo através de nossa percepção e isso pode ser facilmente fragmentado e influenciado”.

"Cem pessoas podem entrar nesta sala e ver o mesmo número de fotos nas paredes, algumas podem se afastar delas e talvez se sintam otimistas, tristes, inspiradas para formar uma banda ou ir comer um taco. A pessoa é o que importa nessa experiência", explicou.

Confira o resto da conversa que tive com Boyd abaixo.



Noisey: O que você dispensou leve ou dolorosamente para andar mais leve pela vida?

Brandon Boyd: Há vantagens e desvantagens nos caminhos que escolhi ao longo dos anos. Os aspectos positivos são óbvios, estou fazendo as coisas que eu amo fazer e que tem uma recompensa inerente. Eu gosto de usar o termo "andar com o vento e não contra ele". Eu sigo meus instintos e criatividade, é quase uma espécie de força invisível que ajuda a me empurrar, você recebe algum impulso. Existem alguns problemas de privacidade que afetam os seus amigos e familiares, eles podem sofrer enquanto você se move por essa estrada, onde você está.
Fiz 42 anos em fevereiro e às vezes sinto que tenho 19 anos, e de tempos em tempos sinto que tenho 150 anos, ou como se tivesse vivido sete vidas, mas de um ponto de vista positivo, sinto que ainda sou uma adolescente rabiscando no meu caderno de desenhos ou brincando com meu cachorro.

N: Os fãs amam você, você já parou para olhá-los nos olhos e encontrar algo desse outro lado que também o inquietasse?

BB: Foi uma experiência interessante mostrar essa arte. É diferente de um show porque você está animado num palco: o som explodindo, há luzes, fumaça e ilusão e todas essas coisas que são divertidas, mas também é um outro papel. Minhas exposições de arte tem trazido pessoas maravilhosas, e conversar e olhar nos olhos coloca as coisas em outra perspectiva e me leva para um estágio mais profundo, do que quando estou em um show e os fãs gritam para eu tirar minha camisa [risos].



N: O que acontece quando você cria uma obra e deixa a tinta secar?

BB: Eu nunca ouço minha música quando pinto. Isso seria estranho, como John Malcovich assistindo ‘Quero ser John Malcovich’. Antes de criar, eu pesquiso e vejo ideias para mim. Minha obra favorita é sempre a mais recente. O mais desafiador foi "A smile in a darkened room" (foto abaixo), em que uma língua espreita e quer alcançar uma porta psicodélica. Eu terminei há um mês, mas comecei há três anos. Guardei, não mexi mais e desisti 10 vezes, mas não aceitei pessoalmente. Foi muito desafiador. Há dias em que você flui, e outros em que você sente alguns pesos em seus braços, mas é parte do processo e é lindo mergulhar nessa coisa de ser bloqueado por sua própria criatividade. No final, a pintura falou por si mesma.


N: Finalmente, os fãs sempre querem saber sobre suas tatuagens.

BB:Eu sempre gostei delas. Quando era criança eu costumava ver livros sobre prisioneiros russos e elas pareciam maravilhosas para mim, embora as pessoas me dissessem que era apenas para as más pessoas. Mas elas me pareceram legais e pouco a pouco tenho meu corpo tatuado.


sexta-feira, 18 de maio de 2018

Brandon fala sobre Chris Cornell em tributo

Completando um ano da morte de Chris Cornell, o site Artist Waves publicou uma espécie de tributo, onde alguns músicos falaram um pouco dele, dentre eles, Brandon. Abaixo o trecho traduzido.

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Sunshower: um Tributo a Chris Cornell 

Brandon Boyd:

Havia um pequeno punhado de bandas no início dos anos 90 que realmente alimentaram minha chama criativa. O Soundgarden estava no topo dessa lista de bandas que realmente me fez querer escrever e tocar música. Eu aprendi sobre eles com meu irmão mais velho, e até hoje a voz de Chris é um lembrança dessa faísca original!

Eu sou muito feliz pelo pouco de tempo que tive com ele, mais recentemente em turnê pela Austrália em 2015 ao lado do Faith No More. Mas provavelmente a minha lembrança mais carinhosa de Chris foi em 2003, quando o Audioslave e Incubus estavam juntos no Lollapalooza. Tivemos um dia de folga em alguma cidade litorânea da Costa Leste, e várias bandas estavam hospedadas no mesmo hotel. Eu lembro de estar meio intimidado pelos caras do Audioslave, porque era formado por membros de duas das minhas bandas favoritas; Soundgarden e Rage Against the Machine.
Mas Chris (assim como os outros caras; Tom, Brad e Tim) foi muito caloroso comigo e nós conversamos por um longo tempo enquanto estávamos sentados na areia, ambos vestindo nossos bronzeados de estúdio. Todo mundo foi nadar no mar em algum momento, e eu lembro de estar surfando de peito, ao lado de Chris, enquanto ele estava fazendo bodyboard. Foi um momento humanizador para mim com ele, porque ninguém, nem mesmo Chris Cornell, pode parecer legal sendo jogado na areia molhada pelas ondas. É uma lembrança gentil, mas que permanece comigo. Eu tenho uma fotografia de 35mm em algum lugar na minha casa, ele e eu sentados na areia juntos, e uma pré-boba prancha de bodyboard.

Experiência ao vivo favorita:

Eu vi o ‘Temple Of The Dog’ quando eu tinha 15 ou 16 anos em um dos Lollapaloozas originais aqui no sul da Califórnia. Essa foi a primeira vez que eu o ouvi cantar ao vivo. Lembro de ficar admirado com a voz dele, e com um leve espanto de como um homem podia cantar do jeito que ele cantava. Enquanto penso nisso, o Lollapalooza e suas permutações tiveram um impacto desproporcional em minhas experiências musicais. Tanto como um membro da platéia e como um artista. Obrigado Perry Farrell!

Música favorita:

Minha experiência favorita do Cornell, ainda é Superunknown do Soundgarden. É um dos meus discos favoritos de todos os tempos. Entrou na minha vida em um momento tão importante e formativo, e fui mudado para sempre por isso. Eu sei que é em parte e ou principalmente um sintoma de envelhecimento, mas eu realmente me sinto abençoado por ter 17 anos em 1994; a música estava em uma mudança incrível e meu cérebro adolescente/jovem adulto era uma esponja. Eu sinto que ainda estou filtrando a influência de tantas bandas e artistas importantes da época. Chris Cornell sendo um deles. Ele faz muita falta, mas estou muito agradecido por tê-lo conhecido, ainda que perifericamente.



quinta-feira, 17 de maio de 2018

Entrevista traduzida com Brandon sobre a exposição 'OptiMystic'

Entrevista traduzida do site Guide Live, sobre a exposição OptiMystic do Brandon em Dallas, Texas.

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Confira a arte de Brandon Boyd do Incubus, agora em exibição em uma galeria de Dallas.


Os fãs de música podem conhecer Brandon Boyd como vocalista da banda americana de rock Incubus, cujos sucessos "Drive" e "Wish You Were Here" estavam em todos as rádios no início dos anos 2000. Hoje, Boyd ainda está fazendo música com a banda, que lançou seu oitavo álbum apropriadamente intitulado de ‘8' em 2017, mas ele também está perseguindo sua paixão pela arte.

Boyd tem rabiscado e esboçado desde que era criança. Você pode reconhecer seu trabalho no videoclipe da música "Drive", com animação de Boyd e seu companheiro de banda, o baterista Jose Pasillas, inspirados na litografia ‘Drawing Hands’ de M.C. Escher.




"Eu ampliei um pouco a escala", diz Boyd sobre seu salto de um desenhista de meio período para um artista em tempo integral. "E eu ainda rabisco também. Suponho que, tendo metade da vida inteira em fazer rabiscos, talvez tenha me dado permissão para rabiscar mais."

Em 2003, Boyd lançou ‘White Fluffy Clouds’, um livro de reflexões, poesias, letras, primeiros artigos de jornais, fotografias pessoais e desenhos. Ele seguiu com ‘From The Murks of Abyss Abyss’ (Volume 2) em 2007 e ‘So The Echo’ em 2013, volumes que demonstram seu imenso talento em meios artísticos, assim como a sua evolução como artista.

Boyd diz que lançar os livros é um "processo de limpeza da primavera".

"No início de 2002 e 2003, eu estava meio que enterrado em esboços e cadernos de esboços e não tinha feito muitas pinturas naquela época, mas [fiz] toneladas de anotações. Comecei a me sentir sobrecarregado com isso". ele diz. "Estava atravancando um pouco meu processo e queria eliminá-lo, literal e espiritualmente."



Compilar parte dessa arte "me ajudou a acostumar com o processo das pessoas olhando para o trabalho", diz ele. "Eu fiquei melhor nisso ao longo dos anos - fazendo isso e deixando ir."

Ao criar a arte de sua atual exposição, ‘OptiMystic’, Boyd deixou as aquarelas e tintas acrílicas falarem. Ele diz que selecionou as cores com base no seu humor e estado de espírito e deixou que derramasse sobre o papel ou tela. Os pigmentos que se misturassem e unissem intensamente formariam uma mancha ininteligível que Boyd traduzia para a existência, como ele diz, "olhando para o vazio". Assim que as cores revelassem seus segredos, ele começaria a desenhar linhas e figuras caóticas, porém serenas, com tinta sobre o croma.

Ele diz que percebeu algo "vislumbrando de volta" em seu trabalho.

"Eu sempre fui fascinado por pintar os olhos. Eu gosto de pintá-los não no cenário mais tradicional e tenho notado em muitos dos meus quadros, que muitos dos olhos estão obscurecidos ou fechados e os olhos estão abertos em outros lugares. Talvez está sugerindo um olhar para dentro."

Ao desenhar ou pintar figuras humanas, Boyd usou amigos como fontes de inspiração. Em seu trabalho "Allie Enveloped", Boyd fez um estudo sobre uma fotografia de um amigo. Outro trabalho começou como um esboço de dois amigos em um abraço íntimo.




A pintura é "um pouco como uma prática diária, suponho", diz ele. "Em outras palavras, é como uma meditação. Não há nenhum ponto específico para isso. Não há nenhuma razão real para que eu vá para o meu estúdio pintar, além de amar isso.”

O trabalho de Boyd estará visível na Samuel Lynne Galleries até 2 de junho de 2018. Dê uma olhada - ou apenas olhe para o vazio, você pode apenas encontrá-lo olhando de volta para você.