sábado, 14 de maio de 2011

Transcrição em português do videochat com Fernando Cabral

Aqui a transcrição (em português) do videochat que aconteceu na última terça (10/5) com o Steve e Fernando Cabral, Diretor de marketing da Sony America Latina. O vídeo está disponível aqui.


P: Quais suas responsabilidades na Sony?
FC: Marketing, basicamente sou responsável pelas campanhas dos artistas e lançamento dos álbuns em toda a região. Com o tempo isso mudou um pouco, a indústria tem sido muito contestada o que é muito desafiador na América Latina. Também desenvolvo parcerias com marcas e oportunidades que eu não fazia antes, mas no nível básico eu coordeno as campanhas de lançamento em toda a região.


P: O que os fãs podem fazer para ajudar na promoção do artista?
FC: Quero que vocês entendam que qualquer executivo é um fã em primeiro lugar, não foi muito há muito tempo, quando eu tinha 17 anos, era fã de música e estava tentando fazer tudo o que podia para saber mais sobre as bandas e suas músicas e assim por diante. Eu acho que hoje a coisa mais importante que um fã pode fazer para ajudar, é ser ativo, tanto quanto puder, especificamente na internet. Isso mudou drasticamente nos últimos anos e é super importante na América Latina, em países como o Chile, que não são tão grandes, eles têm uma enorme população online. A melhor coisa que os fãs podem fazer, é ajudar na internet, o time perdeu muita capacidade de chegar a um monte de gente, e os fãs podem ser a chave para isso.


P: Qual a parte mais dificil do seu trabalho?
FC: A parte mais difícil do meu trabalho neste momento é ajudar a trazer mudanças. Para que nossa indústria continue a ser saudável, precisamos de uma relação saudável com os artistas, parceiros, clientes ... temos que mudar como executivos e temos que ajudar todos ao nosso redor, visando ajudar a mudar também. Eu amo o que faço, então eu não acho difícil, mas acho que a coisa mais difícil agora, é falar com as pessoas e explicar as mudanças que têm acontecido na indústria da música, para que possamos trabalhar melhor em conjunto.


P: Em uma empresa grande, as vezes é difícil descobrir o que acontece for a da empresa. Quando você conversa com pessoas de dentro da empresa e com os clientes sobre o mundo on-line, como eles reagem a isso?
FC: É engraçado, depende de pessoa pra pessoa, da geração delas. A maioria dos executivos não entendem isso, mas o que me excita é que ao longo dos últimos 3 ou 4 anos, tenho visto um monte de jovens que entram na indústria, acho que eles entendem que é melhor saber como usar a ferramenta da internet, redes sociais e assim por diante para trabalhar melhor. Agora, se eu procurar alguém para trabalhar em uma empresa como a nossa, esse é o tipo de jovens que eu estou procurando, aqueles que estão verdadeiramente engajados e entendem que esse espaço é para fazer melhor.
Falando em mudança, eu estava pensando nesse chat, estava pensando quando eu era um fã, na grande diferença, não havia uma infra estrutura, um envolvimento como esse. Tudo que eu podia fazer era ler uma revista ou algo assim, mas era há 20 anos. Agora todas essas pessoas podem participar de uma maneira que eu não podia há 20 anos. Eu realmente respeito a paixão dos fãs do Incubus como fãs, e acho que tudo o que pudermos fazer para ajudar os fãs a fazer parte do processo, vai ser ótimo para todos.


P: Como podemos evitar a pirataria?
FC: Nós não podemos evitá-la. Acho que essa é a triste verdade sobre isso, o único conselho que posso dar a vocês sobre isso é que o nosso problema na América Latina é que os governos em geral têm sido muito pouco útil quando se trata deste assunto. Então infelizmente não possuímos leis que nos permita reforçar a defesa contra a pirataria, seja ela física ou online. A pirataria física é um problema muito grande, vocês sabem, um país como o Peru, a pirataria chega a 90% , o que é vendido fisicamente é 90% pirata. No Equador, é  95%, no Chile, 50%. Então, estamos lutando contra isso, e é por isso que temos tantos problemas em fazer o trabalho adequado para os nossos artistas. Eu não acho que podemos lutar contra isso, acho que há duas coisas que os fãs podem fazer, uma é cobrar do governo leis que nos protejam, e a outra é responder à pergunta: como podemos obter músicas de uma maneira que nos proteja contra a pirataria?


P: Por que há essa diferença de números de país para país?
FC: É uma coisa sobre a composição das empresas. Países como Brasil e Peru já tinham canais de distribuicão sólidos antes. Há 15 anos, começou com a pirataria de cassetes e depois evoluiu para a pirataria de cd. Na época, muitas empresas disseram: "que se dane o formato de cassete' e a pirataria fez uma matança com os CDs. Muito disso é por causa do preço. Você tem que realmente compreender a composição econômica de todo o continente. Existe apenas uma pequena percentagem de pessoas que se sentem bem com isso e há uma proporção muito maior de pessoas que não se sentem tão bem. A pirataria realmente se concentra nas pessoas que não sentem bem com isso e não conseguimos combatê-la corretamente, e não temos como responder às necessidades econômicas com preço adequado. Há também países como Bolívia e Paraguai, onde não há distribuição, pois não existem lojas que possam obter nosso produto.


P: No caso de países que não possuem lojas físicas, online não é melhor?
FC: Sim, concordo. Nós estamos tentando fazer isso, mas isso é lento. Vocês sabem, a maioria dos negócios online na América Latina é via celular, talvez 90-95%. Estamos trabalhando duro para ter lojas digitais como o iTunes na América Latina, em lugares como Brasil e Argentina, que ainda não tem. Outra coisa que temos que  trabalhar, é o fato das pessoas ainda não terem o hábito de fazer compras com cartões de crédito na internet, eu acho que os consumidores latino-americanos ainda são desconfiados de usá-los para fazer compras online. Eu concordo que é uma das melhores maneiras de obter música lá fora. É muito interessante porque a metade do que é comprado no Chile é pela internet, e a outra metade é física, eu não ficaria surpreso se em poucos anos, os outros países alcançassem o Chile. Mas se conseguirmos o produto físico, que é interessante, diferente, com preço adequado, podemos vender. Estamos trabalhando com quiosques, para ter o produto, na Bolívia e no Paraguai, nossas experiências com quiosques funcionou muito bem quando não tínhamos lojas físicas. No México, temos um contrato com uma cervejaria, se você comprar uma cerveja, pode obter códigos e baixar músicas. Na Argentina, estamos trabalhando em um negócio que, quando você paga seus impostos em um determinado lugar, você pode fazer downloads de música, acho que essas são outras formas importantes de obter música lá fora.


P: Existe algum plano de marketing para o lançamento do ‘If Not Now, When?’ no Brasil, já que nos álbuns anteriores isso não existiu?
FC: Sim, existe um plano para o Brasil, e esse é um dos motivos de eu estar aqui, fazendo esse chat com vocês, eu quero que vocês se sintam parte do plano e possam participar. Eu realmente quero que vocês possam saber ,o que a empresa pode fazer de melhor. Acho que quando se faz um plano, o mais difícil é entender quem é o público e como chegar até ele.  Então meu convite ao Brasil é que falem com a Sony no Brasil e digam o que pensam, de que maneira podemos chegar em vocês, como podemos fazer um trabalho melhor. Sendo bem realista, as propagandas em TV são muito, muito caras, mas acho que se formos inteligentes, podemos atingir esse universo online e chegar no público correto mas se eu puder ter vocês nos ajudando a fazer isso corretamente, seria fantástico. Minha vontade, é que um de vocês se reunissem com a empresa no Brasil, e pudesse estar junto desse plano de marketing, e se tiver alguma ideia que possamos implementar, seria muito bom, indepentende do quanto isso custe, posso contribuir com o escritório regional. Respondendo, sim haverá um plano de marketing e minha ideia é vocês possam participar e ser parte disso.


P: Qual banda você acha que tem um nível de fama como o Incubus, e teve uma melhor experiência commercial aqui no Brasil?
FC: Eu acho que de um modo geral, em países como Argentina e Chile, onde o rock não é muito predominante, fazemos um bom trabalho com bandas de rock. No Brasil, temos mais dificuldade na comercialização, porque não temos estações de rádio que estejam habituadas a tocar rock, isso se torna uma tarefa mais difícil, torna-se uma arte. Não sei se tenho um exemplo particular de algum artista que tenha tido um sucesso incrível no Brasil, em termos de rock, agora está muito difícil para o rock, mas acho que fizemos um monte de campanhas boas para o Foo Fighters, The Strokes, Kings of Leon, mas acho que de todos os países o Brasil é sempre o mais difícil de fazer uma boa campanha para as bandas de rock. O grande diferencial é que o Incubus, é uma banda muito interessada na América Latina.
Eu vejo isso na conexão que vocês têm com o site, mas eu também posso ver porque eles são artistas que vão com uma certa frequência vão para essa. Você tem que usar isso, é uma banda que ama o lugar onde vai tocar, e você tem que conseguir que as pessoas saibam como é vê-los vivos. Devemos falar sobre como transmitir ao vivo na América Latina. Quero ver o que podemos fazer para que mais pessoas na América Latina possam vê-los ao vivo.


P: Eu vejo que as pessoas cada vez menos aqui no Brasil estão ouvindo rádios de rock. Como podemos trazer essas pessoas de volta, e mostrar o Incubus para as pessoas certas? Você tem alguma experiência em algum disco, que realmente mudou o andamento da banda? Talvez esta seja uma oportunidade de conseguir novos fãs que não gostavam das músicas antigas da banda?
FC: Radio é um grande problema no Brasil, não existe radio de rock. Acho que isso começou a morrer cerca de quatro anos atrás. Minha opnião de fã de rock, acho que uma banda como o Incubus não vive ou more por rádio. Eu acho que é uma banda que vai além do rádio, há países que não tem rádio, então temos que encontrar outras soluções para esses países. Eu acho que nós precisamos ver como utilizar a internet especificamente para isso. As pessoas hoje estão conectadas, elas não estão escutando rádio. Se você tem entre 16 e 19 anos, e está procurando música online, você não irá procurar no rádio. Eu acho que o Incubus, são artistas no verdadeiro sentido da palavra, que quando têm um fã, vai ser um fã por um longo prazo, que tem paixão por tudo o que faz. Eles não são ‘a moda’ deste ano e depois acaba. Eles são capazes de fazê-lo este ano e no próximo ano e muitos e muitos anos. Então, como aumentar a base de fãs fiéis? Não acho que vamos viver ou morrer por rádio, vamos dar uma olhada na internet, rádios on-line, música no celular e redes sociais. Dar oportunidade as pessoas de vê-los ao vivo, é uma ótima banda ao vivo. Eles fazem o que fazem melhor ao vivo, e as pessoas entendem melhor ao vivo, então como podemos fazer com que as pessoas vejam eles ao vivos e compreendam a experiência de um show?
Sobre a mudança do som, acho que é um processo muito natural do crescimento de um artista, e isso é mostrado quando muda o seu som ou adiciona coisas novas, continua a desenvolver. Se o Incubus tem um disco que é um pouco diferente e vai em uma nova direção, acho que isso é um ótimo sinal, é muito saudável, pois o artista ainda tem paixão em escrever e melhorar, e olhar por coisas novas. Eu acho que sempre que um artista faz uma mudança em seu som, sempre trabalha em duas linhas, duas bases. Uma sempre quer o grupo de fãs que sempre esteve lá e tem uma verdadeira paixão pelo artista, você quer ter certeza de que ainda se sente ligado, falado e engajado, mas também dá a oportunidade buscar novos fãs.
Acho que isso tem a ver com várias pessoas que tem 16-19 anos e estão ouvindo a banda pela primeira vez, tendo certeza de que eles podem se relacionar com isso. Eu quero falar para os fãs, eu quero falar com as pessoas que são fãs da música, de rock em geral, mas eu também quero falar com jovens que poderiam estar escutando a música nova que ainda não tenham ouvido. Acho que é uma ótima oportunidade.


P: Na Venezuela, os discos do Incubus são caros, por conta dos impostos de importação que são muito altos. O que a Sony pode fazer para ajudar a reduzir esse custo?
FC: A Colômbia, fabrica os cds e exporta para o Peru, Equador e Venezuela. O que você acha quando compra um cd na Venezuela, é exportado dos EUA o que torna mais caro, porque foi importado em dólares. A única maneira de resolver isso é se a Colômbia  exportasse os cds para a Venezuela. Mas, para que isso aconteça é necessário que haja uma quantidade mínima de pedidos, que o mercado da Venezuela não encontra. Eu acho que é um problema operacional, que é mais comum do que eu gostaria, e isso é um problema em várias empresas. Eu gostaria muito de resolver esse problema, mas não posso. Eu gostaria de ter algum tipo de serviço - que não tenho agora - que seria um tipo de loja, onde você pudesse encomendar e nós pudessemos enviá-lo diretamente para você, mas ainda não existe. Fãs são fãs em todo lugar do mundo, e vocês merecem receber as mesmas coisas, e eu acredito nisso, então eu vou tentar descobrir como chegar até você, a mesma coisa para outros fãs a volta ao mundo.


P: Aqui no Chile, fazem os cds do Incubus, mas a qualidade não é muito boa. Por exemplo, o encarte do cd Make Yourself não existe.
FC: Normalmente o que fazemos no Chile, é importar o produto da Argentina, nós fabricamos na Argentina e enviamos para o Chile, e é para ser o mesmo produto que tem nos EUA, mas eu não tenho certeza do que aconteceu com isso. 


P: Os fãs na América Latina, poderiam esperar a embalagem do produto físico, do mesmo jeito que nos EUA?
FC: Em uma empresa como essa, onde nós fazemos coisas no mundo todo, basicamente, há um conjunto de coisas que decidimos aqui nos EUA, que são depois enviados por todo o mundo para ser fabricado e nenhuma dessas empresas pode mudar de embalagem sem o ok da Sony, então normalmente é a mesma coisa em todo o mundo. 


P: Como se consegue um trabalho na indústria da música?

FC: A minha pergunta é: PORQUE você quer um emprego na indústria da música? As pessoas que eu procuro hoje em dia para a empresa, são pessoas exatamente como vocês. É muito importante para a empresa permanecer jovem, é importante que as pessoas que trabalhem em uma gravadora seja apaixonadas e se interessem pelos artistas. Acho que às vezes nessa área não pensamos o suficiente sobre como é preciso ter pessoas que são apaixonadas por música, para que você possa desfrutar deste trabalho e lidar melhor com os sacrifícios que são exigidos. O fato de que você estar apaixonado, informado, conectadp e saber onde o público está, é algo inestimável para uma gravadora hoje em dia. Eu tenho feito um estudo sobre a idade média nas empresas da América Latina e isso nos contou muito. No Brasil, temos a faixa etária mais jovem, acho que precisamos trazer nossa média de idade um pouco para baixo, para saber se comunicar melhor com o público. É isso que procure: paixão, juventude, motivação e conectividade.


P: O que você achou do Incubus Headquarters? Você acha que é importante tornar a banda mais acessível para os fãs?
FC: Tenho essa oportunidade agora, porque você me convidou e eu aceitei para ver como é. No fim de semana eu entrei e comecei a bisbilhotar, acho que você pode ter dois tipos de sites. Os onde você vai, vê uma coisa, ouve alguma coisa, que é menos interativo, ou você pode ter esse ambiente onde vejo que todos são amigos, as pessoas estão dizendo ‘oi’ uns aos outros e perguntando o que você está fazendo, existe uma relação aqui. É mais do que um site de artista, é uma comunidade no sentido real da palavra, e como alguém que está aqui há apenas alguns minutos vendo o que é realmente, é surpreendente, porque eu não vejo isso em outros sites, eu não esperava que isso fosse tão apaixonante. No fim do dia, é disso que se trata: todos que amam música e fazem uma conexão por isso, é significativo para todos. Enquanto eu lia tudo o que todo mundo disse, eu estou realmente espantado com a comunidade que você construiu.


P: Quão prejudicial é a questão dos discos que vazam e os downloads ilegais para o trabalho da indústria?
Steve respondeu: Eu estava em São Francisco, na conferência da Music Tech com Brandon e Mike e perguntaram sobre como eles se sentiam sobre o vazamento do disco. Brandon disse que se sentiu estranho, porque a banda tinha planejado uma apresentação e foi como se alguém tivesse chegado na festa para comer o bolo antes que alguém sequer tivesse chegado a vê-lo. Quando isso acontece, da perspectiva da banda, não é sua responsabilidade ser o policial, mas acho que se a música é diminuída a tal ponto que as pessoas se sentem livres para espalhar ao redor do mundo sem permissão, sem pagar por ela, o que contribui sufiecientemente para estimular as vendas? É a relação pessoal que a banda tem com seus fãs, o que é interessante para mim, é que muitos fãs enviaram emails sobre como eles se sentiram mal que o disco que havia vazado e como se sentiram decepcionados, que estava estragando a experiência, e como muitas dessas pessoas ajudaram a encontrar os downloads ilegais e ajudaram a Sony a isolar o problema.


Fernando Cabral:  Digo como é o impacto para mim, e como é em toda a minha carreira, eu venho fazendo isso há 13 anos. Meu primeiro ano na empresa, foi o melhor ano para os negócios na América Latina. No ano seguinte, tudo começou a ir ladeira abaixo. O que eu quero dizer é para vocês entenderem o que aconteceu. Acho que foi há cerca de dez anos, não importa em que empresa eu estava, as pessoas foram demitidas. As pessoas perderam seus empregos por causa da música ilegal que estava atacando o nosso negócio. Nem posso dizer o quão traumático isso foi. Todo ano, eu pensava, talvez vou perder o emprego. Então os downloads ilegais, coisas como vazamentos de discos e músicas piratas, o que elas fizeram foi destruír a indústria da música, mas, acima de tudo, destruiram a nossa capacidade de promover, comercializar e fazer as coisas que precisavam ser feitas para os artistas, o que foi a parte mais trágica de tudo.  Eu sou uma pessoa muito positiva, e não estou triste com tudo, porque eu acho que agora é um grande momento para começar a fazer as coisas direito. 
A música ilegal e a pirataria destruíram completamente a indústria da música, mas talvez seja uma coisa boa, talvez a indústria precisava de uma mudança drástica para se reconectar com os artistas e se modernizer. Eu acho que é importante ver que os fãs podem fazer algo e tornar-se parte do que a indústria pode se tornar amanhã. O que a indústria vai se tornar amanhã, não será dito por ninguém, mas sim pelos clientes, pelos jovens e como obter a sua música. Nós tivemos 10 anos horríveis por causa da pirataria, mas sou muito positivo e penso que, enquanto existirem fãs de música como vocês, existirá muitas coisas boas para se alegrar. Vocês são a coisa mais importante para o artista. Vocês são aqueles lá nas noites de shows, comprando os discos, e são a alma de tudo que acontece na empresa.

English here.

Nenhum comentário: